Vendo correr na imprensa local as primeiras impressões sobre o jogo
político na Cidade, parece-me que as primeiras análises foram no sentido de que
o rei, cedendo às exigências de seu bispo, estaria fadado a um xeque-mate. Mas
como nem tudo é o que parece, tomo a liberdade de expressar as minhas
impressões de peão fora do tabuleiro, que só observa, de canto de olho e
desconfiada, sempre.
Àqueles acostumados com as previsíveis
jogadas do velho rei, digo que estão se precipitando. Não se iludam! O novo rei
não está nu. Ainda...
Tal como qualquer batalha, os primeiros movimentos de um rei não podem ser percebidos pelo bispo como jogadas de ataque, afinal, vencer uma guerra interna requer muito mais estratégia e tempo!
Astuto como é, o rei já sabia que o bispo seria o seu maior opositor e inimigo antes mesmo da caixa de xadrez se abrir e as peças estarem postas no tabuleiro. Movido pelo desejo de poder, agora que o jogo já começou, o bispo quer porque quer colocar seus peões, pra mostrar que também manda no jogo!
O rei sabe disso – vai aceitar os peões e fará ainda outras concessões. O
bispo, pouco a pouco se sentirá tão grande, mas tão grande e poderoso, que
desviará seu olhar do rei. É nessa hora que o rei tentará vencer a sua maior
batalha do momento; e talvez nem precise se
arriscar pra frente nesse tabuleiro, no máximo se movimentar lateralmente... Pois
pretende guardar fôlego pra lutar e vencer outras guerras, consideradas bem
mais importantes por ele... a fim de conquistar
outros impérios.
Ele conseguirá o que quer? Só o tempo... dirá.
* Esse texto foi publicado originalmente no Portal Blumenews, de Blumenau.
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