Foto: Reprodução |
Numa das terças em que costumo
pedalar com um grupo de ciclistas, resolvemos voltar pela ciclofaixa do
calçadão da Beira Rio, em Blumenau. Já eram 23 horas e, conversando com o Boos, ele
apontou para um buraco na calçada, com grade por cima, e me confidenciou a saga
do ipê que vive ali dentro.
Ele contou que a árvore estava
com um galho grande quebrado, ficando nessa situação por bastante tempo. Num
dia qualquer, eis que o poder público tentou solucionar o caso: cortou toda a
árvore, deixando somente parte do caule. O corte foi tão cruel, que acreditou
que ela havia morrido, desencorajada que estava de continuar vivendo por essas
bandas.
Passados uns meses, eis que ele
avistou um novo broto e percebeu que a árvore não se fazia de rogada: suas folhas
novas ao redor do caule mostravam que ela queria renascer. Quem sabe, provando
sua força e exibindo o verde alegre e vivo de suas folhas, eles iriam se
condoer e deixá-la viver!
Mas não... Na última vez que o Boos
olhou para o buraco, percebeu que cortaram novamente o seu resto de vida. Porque
não basta ver pessoas presas nos prédios e lares, com portas e janelas
gradeadas. Também não basta aprisionar e gradear árvores que só querem nascer,
florescer e dar abrigo aos pássaros na Beira Rio. É necessário matá-las, para
economizar com o jardim.
O Ipê, na Av. Beira Rio (Blumenau) |
* Essa crônica foi publicada no Portal Desacato, de Florianópolis e no Blumenews, de Blumenau.
tá difícil pra blumenau né???? muito triste de ver isso tudo....
ResponderExcluirConcordo, Ana Paula! E olha que eu escrevi essa crônica antes do episódio do corte do Tamarindo. É desalentador, ainda mais com as rasas visões que se tem da cidade, como a reportagem do Globo Repórter, sobre qualidade de vida em Blumenau.
ResponderExcluirE ainda tem gente que diz que o Tamarindo estava velho e na hora de cortar.
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