segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Em ‘O Caso dos Ossos’, roubaram o Dr. Blumenau!


O livro “O Caso dos Ossos” (Ed. Liquidificador, 2014) trata sobre um investigador que está aposentado alguns anos da polícia civil, que resolve revelar um dos ‘casos especiais’ que teve que investigar e acobertar na cidade de Blumenau. A missão do investigador não era só descobrir quem praticou o crime, mas, sobretudo, encobrir o crime, a fim de manter incólume aqueles que comandam a cidade, direta ou indiretamente. É por meio do seu mea culpa que o leitor pode vir a realizar uma reflexão sobre as relações de poder que podem permear a cidade. Neste romance, a cidade é o personagem principal, por vezes dúbia e temperamental, permitindo que a narrativa não se atenha somente aos passos da investigação e à resolução do crime, como numa simples história detetivesca de crimes e mistérios. Esta construção possibilita ao leitor dar vida ao cenário e aos personagens, bem como reconhecer-se na cidade.

Mesmo descrito pelas autoras como um romance (anti)policial, dado o enredo e a construção da personagem do investigador, é bem verdade que a sua escrita se apropria da linguagem policial consagrada por escritores como Edgar Allan Poe, Conan Doyle, Agatha Christie, Georges Simenon, bem como os brasileiros Rubem Fonseca e Luiz Alfredo Garcia-Roza, entre outros.

O crime contado nesse livro comunga com o insólito, eis que descortina o roubo dos ossos do fundador da cidade, trazendo também à tona, de maneira sutil e por vezes sarcástica, alguns fatos que contribuíram para o processo de construção de um mito fundador e herói da cidade.

O livro foi contemplado com o Prêmio Elisabete Anderle da Fundação Catarinense de Cultura, edição 2013.

 Crítica

"Uma bem humorada e inteligente crítica à Blumenau e suas tradições (...) Há que se ler esse “Caso dos Ossos”. Talvez se possa, depois, entender um pouco mais esta cidade de Blumenau."
Urda Alice Kluger 
(leia a crítica na íntegra)

“Sally Satler e Carla Fernanda da Silva conseguiram ter êxito na difícil tarefa de escrever um romance a quatro mãos. Entre as idas e vindas do investigador pelas ruas, lugares e neuroses blumenauenses, as autoras ainda conseguiram inserir temas cruciais à nossa região, como, por exemplo, as questões da mobilidade urbana, da exaltação local ao nacionalismo alemão e dos conflitos e políticas culturais do município.
Nesta leitura, tão importante quanto descobrir os culpados de crimes há muito esquecidos é, também (e, talvez, principalmente), olhar com outros olhos a cidade a que estamos acostumados e que, ilusoriamente, acreditamos tão bem conhecer.
Depois deste primeiro romance, a vontade que surge é a de que Sally Satler e Carla Fernanda da Silva ajudem Schurkemann a subir novamente ao sótão de sua casa para que ele nos presenteie com a narração de outros dos seus “casos especiais””.
Gregory Haertel (leia a crítica na íntegra)


Lançamento:

Local: Feirinha Wollstein (Rua R. Mal. Floriano Peixoto, 89, Centro, Blumenau/SC)
Dia: 14/09/2014 (domingo)
Horas: a partir das 15h
Preço especial de lançamento: R$ 15,00


Sobre as autoras:

Sally Satler: é advogada e procuradora municipal. Descobriu na escrita uma forma de expor criticamente suas percepções sobre a cidade, a cultura, a arte, trazendo olhares de outros lugares e mundos. Escreve para portais e jornais de Florianópolis, Blumenau e região, bem como no seu blog: www.sallysatler.blogspot.com. Adora viajar, escrever, pedalar. É apaixonada pelas bicicletas.

Carla Fernanda da Silva: é historiadora e professora. Autora de Grafias da Luz: a narrativa visual sobre a cidade na revista Blumenau em Cadernos (Edifurb, 2009), organizou o livro Clio no Cio: escritos livres sobre o corpo (Casa Aberta, 2010), coorganizou o livro Corpos Plurais: Experiências Possíveis (Liquidificador, 2012) e a exposição fotográfica Escritos da Carne, contemplada pelo prêmio Elisabete Anderle (2010). Também coproduziu o documentário Cultura Negra: identidade e diferença em Blumenau. (2009). Adora ler, escrever, e é aficionada por fotografia.





Para saber um pouco mais sobre o livro, acesse:

Página do livro: 

Book trailer:






7 comentários:

  1. Sally e Carla, Parabéns pelo lançamento do livro O Caso dos Ossos.
    Recebi um exemplar e já iniciei a leitura, sabendo que vou me deliciar com histórias de nossa amada Blumenau e seu fundador, como os escritores.
    Adalberto Day cientista social e pesquisador da história em Blumenau

    ResponderExcluir
  2. Carla e Sally, parabéns pelo livro! Comecei a leitura um pouco reticente: romance anti policial? o que esperar? A medida que avançava nas páginas do livro via o descortinamento na cidade de Blumenau, com seu apreço pela aparência e seus hábitos de empurrar seus problemas para debaixo do tapete. Hoje, nas minhas caminhadas rotineiras, eventualmente passo pela rua Coronel Federsen e, com certa ironia, procuro pela casa de Dona Claudete. Leitura imperdível! Abraços, Marilei.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai que massa, Mari!!! Certamente Blumenau é a grande personagem, os outros são coadjuvantes deste romance. Também tenho que confessar que quando passo agora pelo Mausoléu, ele possui outros significados pra mim. Fico feliz que tenhas gostado do livro! Beijos

      Excluir
  3. Adorei seu livro, muito bom mesmo.
    Fez viajar pelo museu e por toda a cidade de Blumenau, especialmente com a riqueza de detalhes, fiquei imaginando qual era a lanchonete que nosso herói tomou cerveja com os populares, talvez a sorveteria Schmitt ou a lanchonete da esquina da 7 com a Floriano Peixoto. na primeira oportunidade quero visitar o Mausoleu. vamos esperar agora a próxima investigação do senhor Otto. Parabéns.
    Luis da Farmácia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que tu gostou, Luis! Certamente o Otto não deve parar por aí, outras investigações serão contadas. :)

      Excluir
  4. Adorei seu livro, muito bom mesmo.
    Fez viajar pelo museu e por toda a cidade de Blumenau, especialmente com a riqueza de detalhes, fiquei imaginando qual era a lanchonete que nosso herói tomou cerveja com os populares, talvez a sorveteria Schmitt ou a lanchonete da esquina da 7 com a Floriano Peixoto. na primeira oportunidade quero visitar o Mausoleu. vamos esperar agora a próxima investigação do senhor Otto. Parabéns.
    Luis da Farmácia

    ResponderExcluir