Praia da Península, Barra Velha, em 08/06/2024.
Escrevo cartas pro mesmo endereço / Amo, reclamo, protesto / Não me calo, grito alto
Praia da Península, Barra Velha, em 08/06/2024.
Caruaru, 16 a 18/01/2024.
Caminhando devagar...
Observo. Ela sem rumo no olhar.
Nenhuma palavra.
Apenas (com)paixão.
Chegando, deixamos nossas coisas no salva-vidas.
Passos mais lentos, rumo ao mar, para o final das ondas.
Ela olha para trás, buscando-me.
Com meu olhar, ela entende que precisa seguir.
Alcançando-a, eu a tomo num abraço... e, com alguma sutileza, eu canto o ponto que aprendi.
'Descarrega, descarrega Ogum,
ó leva pras ondas do mar...'
O mar lava e também pode ensinar.
A remar, a nadar e a nos salvar.
Praia de Gravatá, Navegantes, em 24/02/2024.
Porto de Pedras/AL, 11/01/2024.
Quase 21h. Vou ou não?
Segui. Asfalto, seguido de estrada de chão sinuosa e esburacada.
Chegando, a rua cheia de carros, estacionamento lotado. Manobro pra
voltar e procurar lugar na rua.
Guiando lentamente, sinto encostar no primeiro carro da fila. Puuuutz!
Olho pelo retrovisor e alguém desce.
Parei no meio da rua. Naquela penumbra escura, com chuva e névoa,
também desci.
- Acho que encostei no seu carro, perdão!
Olhar atento, fixado nos meus olhos.
Observo, encosto no seu pára-lama (que mal dava pra enxergar) e ele
logo diz:
- Acho que foi pouca coisa, pode seguir.
Olhos dele fitados e tranquilos.
Agradeci e pedi desculpas de novo, desviando o olhar.
A intuição com aviso estavam ali... para eu não ficar.
Não era pra ser hoje.
Sabe-se lá o quê, mas não era.
Encano Alto, Indaial, em 07/12/2024.
As histórias contadas e interpretadas por Clarissa, como mencionado no Podcast “Talvez Seja Isso” (o qual recomendo fortemente ouvir em paralelo com a leitura do livro), “nos ensinam lições brutais, mas muito verdadeiras, sobre o processo de se tornar quem a gente é: existe maldade no mundo (e também dentro de nós); se alguém te oferece um caminho mais fácil, ele não necessariamente te leva pra onde você quer ir; somos responsáveis por nossas más escolhas. Esta é uma conversa sobre o que acontece com uma mulher que não luta pela própria liberdade. Ela se deixa domesticar, se esforça para ser bem comportada e acaba perdendo seus instintos. Nos mostra que qualquer tentativa de domesticar a natureza selvagem é perigosa. Quando a gente fica enjaulada por muito tempo, perde a capacidade de farejar aquilo que queremos “de verdade” e corremos o risco real de cair em armadilhas que ameaçam a nossa autonomia, nossa sanidade e, principalmente, nossa capacidade de saber o que é melhor para nós.”
Este livro nos ajuda a compreender muitas coisas, mas também não quer dizer que devemos nos limitar ao que está escrito nele. Apesar de propor um caminho, deve-se ter em mente que este caminho é ainda mais longo, partindo de uma compreensão de si, da necessária busca do autoconhecimento, para uma compreensão sistêmica da sociedade patriarcal e de valorização das lutas sociais do feminismo.
Link para o podcast "Talvez seja Isso": https://open.spotify.com/show/5qXDd2PdCgVOj8UrQYMly1
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