segunda-feira, 11 de março de 2013

Primeiro Ato: O rei, o bispo e o tabuleiro



Vendo correr na imprensa local as primeiras impressões sobre o jogo político na Cidade, parece-me que as primeiras análises foram no sentido de que o rei, cedendo às exigências de seu bispo, estaria fadado a um xeque-mate. Mas como nem tudo é o que parece, tomo a liberdade de expressar as minhas impressões de peão fora do tabuleiro, que só observa, de canto de olho e desconfiada, sempre.

Àqueles acostumados com as previsíveis jogadas do velho rei, digo que estão se precipitando. Não se iludam! O novo rei não está nu. Ainda...

Tal como qualquer batalha, os primeiros movimentos de um rei não podem ser percebidos pelo bispo como jogadas de ataque, afinal, vencer uma guerra interna requer muito mais estratégia e tempo!

Astuto como é, o rei já sabia que o bispo seria o seu maior opositor e inimigo antes mesmo da caixa de xadrez se abrir e as peças estarem postas no tabuleiro. Movido pelo desejo de poder, agora que o jogo já começou, o bispo quer porque quer colocar seus peões, pra mostrar que também manda no jogo!


O rei sabe disso – vai aceitar os peões e fará ainda outras concessões. O bispo, pouco a pouco se sentirá tão grande, mas tão grande e poderoso, que desviará seu olhar do rei. É nessa hora que o rei tentará vencer a sua maior batalha do momento; e talvez nem precise se arriscar pra frente nesse tabuleiro, no máximo se movimentar lateralmente... Pois pretende guardar fôlego pra lutar e vencer outras guerras, consideradas bem mais importantes por ele... a fim de conquistar outros impérios.

Ele conseguirá o que quer? Só o tempo... dirá. 



* Esse texto foi publicado originalmente no Portal Blumenews, de Blumenau.

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